A História da Cerveja
A História da Cerveja
Tenho certeza que quem está lendo este artigo, ama
cerveja, até porque ele é dirigido ao público amante da cerveja.
Vamos conhecer um pouco deste líquido
precioso???
A cerveja (do gaulês, através do latim servisia ) é uma bebida produzida a partir da fermentação de cereais, principalmente a cevada maltada. Acredita-se que tenha sido uma das
primeiras bebidas alcoólicas criadas pelo humano.
Atualmente, é a terceira bebida mais popular
do mundo, logo depois da água e do chá, e a bebida alcoólica mais consumida no mundo.
Historicamente, a cerveja já era conhecida pelos antigos sumérios, egípcios, mesopotâmios e ibéricos, remontando, pelo menos, a 6000
a.C.
A agricultura surgiu
na Mesopotâmia em um período entre a revolução do Neolítico e a Idade dos Metais.
A mais antiga lei que regulamenta a produção e a venda de cerveja é
a Estela de Hamurabi,
que data de 1760 a.C. Nela, se condena à morte quem não respeita os critérios
de produção de cerveja indicados. Incluía várias leis de comercialização,
fabricação e consumo da cerveja, relacionando direitos e deveres dos clientes
das tabernas. O Código de Hamurabi também
estabelecia uma ração diária de cerveja para o povo da Babilônia: 2 litros para
os trabalhadores, 3 para os funcionários públicos e 5 para os administradores e
o sumo sacerdote. O código também impunha punições severas para os taberneiros
que tentassem enganar os seus clientes.
A notícia mais antiga que se tem
da cerveja vem de 2600 a 2350 a.C. Desta época, arqueólogos encontraram menção
no Hino a Ninkasi, a deusa da cerveja, de que os sumérios já produziam a
bebida. Já na Babilônia dá-se
conta da existência de diferentes tipos de cerveja, originadas de diversas
combinações de plantas e aromas, e o uso de diferentes quantidades de mel.
Posteriormente, no antigo Egito, a cerveja, segundo o escritor
grego Ateneu de Náucratis (século III d.C.),
teria sido inventada para ajudar a quem não tinha como pagar o vinho. Inscrições em hieróglifos e obras artísticas testemunham
o gosto deste povo pelo henket ou zythum,
apreciado por todas as camadas sociais. Até um dos faraós, Ramsés III (1184-1153 a.C.), passou a ser
conhecido como "faraó-cervejeiro" após doar, aos sacerdotes do Templo de Amon, 466 308 ânforasou aproximadamente um milhão de litros
de cerveja provenientes de suas cervejeiras.
Praticamente qualquer açúcar ou alimento que contenha amido pode, naturalmente, sofrer fermentação alcoólica.
Assim, bebidas semelhantes à cerveja foram inventadas de forma independente em
diversas sociedades em redor do mundo. Na Mesopotâmia, a mais antiga evidência
referente à cerveja está numa tabua sumeriana com cerca de 6 000 anos de idade
na qual se veem pessoas tomando uma bebida através de juncos de uma tigela
comunitária. A cerveja também é mencionada na Epopeia de Gilgamesh.
Um poema sumeriano de 3 900 anos homenageando a deusa dos cervejeiros, Ninkasi, contém a mais antiga receita que
sobreviveu, descrevendo a produção de cerveja de cevada utilizando pão.
A cerveja teve alguma importância na vida dos primeiros romanos, mas, durante a República Romana,
o vinho destronou a cerveja como a bebida
alcoólica preferida, passando esta a ser considerada uma bebida própria
de bárbaros. Tácito, em seus dias, escreveu
depreciativamente acerca da cerveja preparada pelos povos germânicos.
Na Idade Média,
vários mosteiros fabricavam cerveja, empregando diversas ervas para
aromatizá-la, como mírica, rosmarinho, louro, sálvia, gengibre e o lúpulo, este utilizado até hoje e introduzido
no processo de fabricação da cerveja entre os anos 700 e 800. O uso de lúpulo
para dar o gosto amargo da cerveja e para preservá-la é atribuída aos monges do
Mosteiro de San Gallo, na Suíça. Houve um tempo em que o papel da levedura
na fermentação era desconhecido. Na época dos Vikings, cada família tinha sua própria vara de
cerveja que eles usavam para agitar a bebida durante a produção. Estas varas de
cerveja eram consideradas herança de família, porque era o uso da vara que
garantia que a cerveja daria certo. Hoje em dia, sabe-se que estas varas
continham uma cultura de levedura. A Lei da Pureza Alemã de cerveja de 1516 -
a Reinheitsgebot -
definia os únicos materiais permitidos para fabricação de cerveja como sendo
malte, lúpulo e água. Com a descoberta do fermento e de sua função no final da
década de 1860 por Louis Pasteur,
a lei teve que ser alterada.
A maior parte das cervejas, até tempos relativamente recentes, eram do
tipo que agora chamamos de ales. As lagers foram
descobertas por acidente no século XVI, quando a cerveja era estocada em
frias cavernas por longos períodos; desde então, elas ultrapassaram largamente
as cervejas tipo ale em volume. O lúpulo é cultivado na França desde o século IX. O mais antigo escrito remanescente a
registrar o uso do lúpulo na cerveja data de 1067 pela abadessa Hildegarda de Bingen:
"Se alguém pretender fazer cerveja da aveia, deve prepará-la com lúpulo."
No século XV, na Inglaterra, a fermentação sem lúpulo podia dar
origem a uma bebida tipo ale - o uso do lúpulo torná-la-ia uma
cerveja. A cerveja com lúpulo era importada para a Inglaterra (a partir
dos Países Baixos)
desde cerca de 1400, em Winchester. O lúpulo passou a ser cultivado na
ilha a partir de 1428. A Companhia dos Fabricantes de Cerveja
de Londres foi longe a ponto de especificar
que "nenhum lúpulo, ervas, ou coisa
semelhante será colocada dentro de nenhuma ale ou bebida
alcoólica enquanto a ale estiver sendo feita - mas somente
um licor (água), malte e uma levedura". Contudo, por
volta do século XVI, "ale" veio a referir-se a qualquer
cerveja forte, e todas as ales e cervejas continham lúpulo.
No idioma eslavo, a
cerveja é chamada piwo (pronuncia-se "pivo"), do
verbo pić (pronuncia-se "pítch"),
"beber". Por isso, piwo pode ser traduzido como
"bebida", o que demonstra a importância que lhe é concedida.
O Kalevala, poema épico finlandês coligido na forma escrita
no século XIX mas
baseado em tradições orais seculares, contém mais linhas sobre a origem da
fabricação de cerveja do que sobre a origem do homem.
Em 2013, foi desenvolvido pela primeira vez sorvete e ovo de páscoa a partir de cerveja.
Excelente texto!!! Todos os cervejeiros devem ler!!! Parabéns!
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